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quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Homem Aranha - O Perigo das Armaduras


Capítulo 2
Homem contra máquina


Tudo aconteceu muito rápido para Peter. O sentido aranha o ajudou a se esquivar de forma majestosa, girando o tronco para a esquerda em milésimos de segundo, sentido a energia passar queimando tudo pela frente.
- Que merda é essa, Tony? – ele se recompôs levando uma mão até o peito, onde a energia passou raspando. – Que pensa que está fazendo?
- Te matando. – a armadura vermelha prateada estendeu os braços para frente ao mesmo tempo e os propulsores de ambas as mãos se acenderam preparando um novo tiro, mas dessa vez, seria mais forte. Peter foi mais rápido, lançando duas teias passando pela lateral do corpo metálico da Mark 5 e grudando na estante, onde estava a nova televisão de cinquenta e uma polegadas. Ah, ele vai pagar uma nova, pensou ele. Puxou as teias com força jogando a estante contra as costas da Armadura, que cambaleou e caiu sobre um joelho. As duas mãos que outrora apontavam para Peter, agora estavam no chão que dispararam arremessando Peter de volta para cozinha, quebrando todo o chão da sala.
Zonzo, conseguiu se levantar com muito esforço, avistando a máscara que estava logo ao seu lado, colocando-a no rosto. Ele precisaria de um lugar mais aberto se ao menos quisesse enfrentar o Invencível Homem de Ferro. Correu e pulou pela janela, estilhaçando o vidro e caindo sobre o outro prédio, se agarrando na parede. Agradeceu a si mesmo por comprar aquele apartamento no décimo andar. Sentiu a brisa noturna bater em seu rosto, isso o confortou por apenas por alguns míseros segundos. Virou o rosto para trás a tempo de ver seu apartamento explodir.
- Heeeey – gritou ele – Você vai pagar por esse apartamento, depois que eu te der uma surra daquelas que levava da mamãe. – M.J o mataria por tudo aquilo.
O Homem de Ferro alçou voo atrás dele, sem nenhum dano sofrido, mas, a máscara de Peter já estava em péssimas condições, deixando amostra seu olho esquerdo. Tony foi mais rápido que ele. Acionou o turbo de suas botas propulsoras e interceptou Peter, que pulava para soltar sua teia em outro prédio. Dessa vez, não foi o raio de fótons de sua mão que o acertou, mas sim, um tremendo soco cruzado na têmpora do Aranha, que perdeu o controle de seu corpo sendo arremessado novamente, só que agora, para baixo. Ele caiu rápido em direção ao solo, e quando abriu o olho já inchado, viu uma luz azul descer sobre si, acertando seu abdome e queimando boa parte do uniforme. Peter gritou. A dor era terrível e iria piorar. Para recepcioná-lo no chão, um carro preto estava parado na rua. O impacto fez um tremendo barulho na rua toda. As costas de Peter agora pendiam no teto do carro, que afundou, quebrando todos os vidros e estourando os pneus. Se fosse um humano comum, já teria batido as botas, mas aquele era o Espetacular Homem Aranha.
Mordeu o lábio inferior, descendo gotículas de sangue. Deitado ali deixou a raiva tomar conta de si. Abriu os olhos e viu a Mark 5 descendo rapidamente em modo de ataque. Peter apoiou os braços doloridos para trás e jogou seu corpo rolando sobre o ombro, em seguida saltou, escapando por pouco das pernas de ferro da Armadura, que desceram com força sobre o carro, que explodiu em seguida. Alguns civis viam a cena de longe e outros corriam de tudo aquilo. O Aranha pisou sobre a calçada.
A explosão não conseguiu deter Tony, que agora saía das chamas andando calmamente. Peter acharia a cena incrível, se aquilo fosse apenas um filme do Michael Bay, cheio de explosões e robôs gigantes. Olhou para o lado direito e viu a tampa de um bueiro meio aberta no meio da rua, e ao seu lado, um hidrante. Lançou uma teia na tampa e a puxou trazendo até seu corpo. Segurou-a como se fosse um escudo.
- Aquele bandeiroso poderia estar aqui agora. – Ele se referia a Steve Rogers, conhecido como Capitão América e líder dos Vingadores, mas, Peter se lembrou que estava em uma missão no espaço.
Como se jogasse um mero frisbee, arremessou a tampa na armadura de Tony, que apenas se defendeu calmamente, colocando os antebraços em frente ao tronco e cabeça. A tampa bateu em seu antebraço de ferro e caiu no chão. Baixou os braços e foi atingido na cabeça por uma segunda coisa que fora arremessada. Uma forma vermelha metálica e pesada. Um hidrante. Cambaleou para trás e caiu de costas no chão com o capacete amassado. Agora era a chance que Peter queria. Saltou no ar e desceu com as pernas estendidas no peitoral de Tony. Agachou e esmurrou várias vezes o capacete prateado. Um, dois, três e por aí foi. A armadura já havia parado de se mexer, e agora o capacete estava ainda mais amassado do que nunca. Levou as mãos para o pescoço do Homem de Ferro e puxou o capacete para fora. Queria olhar no rosto do homem que destruiu sua nova televisão de cinquenta e uma polegadas, entretanto, não havia nada dentro da armadura, que estava sendo teleguiada de longe.
De fato, era possível para Tony controlar armaduras de longe, mas era algo que ele não fazia há muito tempo, desde o evento em Stamford. Um beep chamou atenção de Peter, pois vinha de dentro do capacete. Ele o aproximou de seu ouvido e notou do que se tratava. Levantando-se, correu para longe da armadura o mais rápido que suas pernas doloridas o permitiam. Saltou e lançou suas teias nos prédios para fugir da tragédia eminente. Aquilo seria pior que Stamford.
A Mark 5, armadura de batalha de Tony Stark, explodiu, emitindo ondas e mais ondas de fogo e destruição. Três prédios ao seu redor caíram numa fúria sem controle. Mas não parava por aí. Logo a quadra inteira já estava sucumbindo ao caos emitido pela bomba. Peter se balançava pelas teias o mais rápido possível, mas não foi o suficiente. Uma onda da explosão acertou em suas costas o jogando longe. Ele voou quase desmaiando pelos ares. Bateu a cabeça com muita força em um dos prédios que estava em sua frente, e não soube identificar qual. Ele caiu.
O gosto de sangue se apoderou de sua boca e a vista escureceu.


Mary Jane corria de uma explosão no Alasca. Árvores e mais árvores surgiam em sua frente. Dezenas de armaduras de Tony Stark sobrevoavam a área, matando várias pessoas que tentavam fugir pela floresta. Mas, a arma mais letal apareceu em sua frente, fazendo-a frear e chorar de medo. Mark 44 ou Hulk Buster arrancava as árvores livrando seu caminho. Era o fim de tudo.


Levemente abriu o olho direito, não sabia o porquê, mas o outro estava com algo o cobrindo. Identificou uma pequena televisão em sua frente. Olhou para seu corpo e viu que estava completamente enfaixado. O coração estava acelerado graças ao sonho com M.J. Peter agradeceu a Deus por ser apenas um sonho. Alguém se mexeu ao seu lado, era uma criança e ele sabia quem era. A menina o observava com cuidado, estava com um vestido azul ciano e descalça. A pele era morena, igual ao pai. Peter sentia falta daquele brutamonte.
- Mamãe – disse Melorie, a filha de Luke Cage, elevando o tom de voz – Tio Peter acordou.
Um homem alto, usando apenas uma bermuda apareceu seguido por uma mulher um pouco mais baixa e muito forte. Ele é Rafael Duarte, o brasileiro que trabalha no posto de gasolina do outro lado da cidade, e nas horas vagas, julga criminosos com seu olhar da penitência. O novo Motoqueiro Fantasma. Após a morte de Johnny Blaze, o demônio Zarathos escolheu esse homem como novo hospedeiro. A mulher já foi esposa de Luke Cage e agora morava com Rafael. Jessica Jones, outrora conhecida como “A Paladina”, estava em sua frente vestindo apenas uma camiseta branca e um short jeans curto. O casal de heróis se aproximou de Peter.
- Como se sente Peter? – disse o motoqueiro se aproximando ainda mais dele.
- Estou péssimo. – colocou uma mão na cabeça, estava dolorida. – O que aconteceu? Por quanto tempo estou assim.
- Está assim há dois dias. – dessa vez quem respondeu foi Jessica. Havia algo estranho em sua voz. Ela levou uma mecha de seu cabelo castanho para trás. – Peter, algo muito ruim aconteceu.
- Acho que estou pronto para ouvir. – mentiu.
- A armadura do Tony – Rafael pausou. Sua voz soava com pesar. – A explosão matou mais de mil pessoas, ferindo gravemente quarenta e quatro. Mas isso não é tudo... – olhou para Jessica.
- Peter – ela prosseguiu. – sua tia...
- O que tem ela? – se levantou num pulo, ignorando os membros feridos que gritavam de dor.
- Ela... Sinto muito, Peter. Ela faleceu. – Jessica olhou para baixo. – Ao que parece, ela estava indo te visitar no centro. A explosão... ela não resistiu. Oh, Peter... eu sinto tanto.
O Espetacular Homem Aranha agora era um homem destruído. Tudo aquilo que ele mais amava, estava morto. Caiu de joelhos, levou as palma das mãos até o rosto e gritou com toda a força que lhe restava. Lágrimas quentes desciam de seu rosto. Ninguém disse nada. Uma pausa se fez naquela sala. Ninguém ousou dizer nada. Uma chama de ira se acendeu no corpo Peter. Ele se levantou limpando o rosto. O cenho estava endurecido.

- Reúnam os Defensores, os X-MEN e todos aqueles que chamam a si mesmos de heróis. – seu olhar era puro ódio. – Estamos em guerra.

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