Capítulo 2
Homem
contra máquina
Tudo aconteceu muito
rápido para Peter. O sentido aranha o ajudou a se esquivar de forma majestosa,
girando o tronco para a esquerda em milésimos de segundo, sentido a energia
passar queimando tudo pela frente.
- Que merda é essa, Tony? – ele se recompôs
levando uma mão até o peito, onde a energia passou raspando. – Que pensa que
está fazendo?
- Te matando. – a
armadura vermelha prateada estendeu os braços para frente ao mesmo tempo e os
propulsores de ambas as mãos se acenderam preparando um novo tiro, mas dessa
vez, seria mais forte. Peter foi mais rápido, lançando duas teias passando pela
lateral do corpo metálico da Mark 5 e grudando na estante, onde estava a nova
televisão de cinquenta e uma polegadas. Ah,
ele vai pagar uma nova, pensou ele. Puxou as teias com força jogando a
estante contra as costas da Armadura, que cambaleou e caiu sobre um joelho. As
duas mãos que outrora apontavam para Peter, agora estavam no chão que
dispararam arremessando Peter de volta para cozinha, quebrando todo o chão da
sala.
Zonzo, conseguiu se
levantar com muito esforço, avistando a máscara que estava logo ao seu lado,
colocando-a no rosto. Ele precisaria de um lugar mais aberto se ao menos
quisesse enfrentar o Invencível Homem de Ferro. Correu e pulou pela janela,
estilhaçando o vidro e caindo sobre o outro prédio, se agarrando na parede.
Agradeceu a si mesmo por comprar aquele apartamento no décimo andar. Sentiu a
brisa noturna bater em seu rosto, isso o confortou por apenas por alguns
míseros segundos. Virou o rosto para trás a tempo de ver seu apartamento
explodir.
- Heeeey – gritou ele – Você vai pagar por esse apartamento, depois
que eu te der uma surra daquelas que levava da mamãe. – M.J o mataria por tudo
aquilo.
O Homem de Ferro alçou
voo atrás dele, sem nenhum dano sofrido, mas, a máscara de Peter já estava em
péssimas condições, deixando amostra seu olho esquerdo. Tony foi mais rápido
que ele. Acionou o turbo de suas botas propulsoras e interceptou Peter, que
pulava para soltar sua teia em outro prédio. Dessa vez, não foi o raio de
fótons de sua mão que o acertou, mas sim, um tremendo soco cruzado na têmpora
do Aranha, que perdeu o controle de seu corpo sendo arremessado novamente, só
que agora, para baixo. Ele caiu rápido em direção ao solo, e quando abriu o
olho já inchado, viu uma luz azul descer sobre si, acertando seu abdome e
queimando boa parte do uniforme. Peter gritou. A dor era terrível e iria piorar.
Para recepcioná-lo no chão, um carro preto estava parado na rua. O impacto fez
um tremendo barulho na rua toda. As costas de Peter agora pendiam no teto do
carro, que afundou, quebrando todos os vidros e estourando os pneus. Se fosse
um humano comum, já teria batido as botas, mas aquele era o Espetacular Homem
Aranha.
Mordeu o lábio
inferior, descendo gotículas de sangue. Deitado ali deixou a raiva tomar conta
de si. Abriu os olhos e viu a Mark 5 descendo rapidamente em modo de ataque.
Peter apoiou os braços doloridos para trás e jogou seu corpo rolando sobre o ombro,
em seguida saltou, escapando por pouco das pernas de ferro da Armadura, que
desceram com força sobre o carro, que explodiu em seguida. Alguns civis viam a
cena de longe e outros corriam de tudo aquilo. O Aranha pisou sobre a calçada.
A explosão não
conseguiu deter Tony, que agora saía das chamas andando calmamente. Peter
acharia a cena incrível, se aquilo fosse apenas um filme do Michael Bay, cheio
de explosões e robôs gigantes. Olhou para o lado direito e viu a tampa de um
bueiro meio aberta no meio da rua, e ao seu lado, um hidrante. Lançou uma teia
na tampa e a puxou trazendo até seu corpo. Segurou-a como se fosse um escudo.
- Aquele bandeiroso poderia
estar aqui agora. – Ele se referia a Steve Rogers, conhecido como Capitão
América e líder dos Vingadores, mas, Peter se lembrou que estava em uma missão
no espaço.
Como se jogasse um mero
frisbee, arremessou a tampa na armadura de Tony, que apenas se defendeu
calmamente, colocando os antebraços em frente ao tronco e cabeça. A tampa bateu
em seu antebraço de ferro e caiu no chão. Baixou os braços e foi atingido na
cabeça por uma segunda coisa que fora arremessada. Uma forma vermelha metálica
e pesada. Um hidrante. Cambaleou para trás e caiu de costas no chão com o
capacete amassado. Agora era a chance que Peter queria. Saltou no ar e desceu
com as pernas estendidas no peitoral de Tony. Agachou e esmurrou várias vezes o
capacete prateado. Um, dois, três e por aí foi. A armadura já havia parado de
se mexer, e agora o capacete estava ainda mais amassado do que nunca. Levou as
mãos para o pescoço do Homem de Ferro e puxou o capacete para fora. Queria
olhar no rosto do homem que destruiu sua nova televisão de cinquenta e uma
polegadas, entretanto, não havia nada dentro da armadura, que estava sendo
teleguiada de longe.
De fato, era possível
para Tony controlar armaduras de longe, mas era algo que ele não fazia há muito
tempo, desde o evento em Stamford. Um
beep chamou atenção de Peter, pois vinha de dentro do capacete. Ele o
aproximou de seu ouvido e notou do que se tratava. Levantando-se, correu para
longe da armadura o mais rápido que suas pernas doloridas o permitiam. Saltou e
lançou suas teias nos prédios para fugir da tragédia eminente. Aquilo seria
pior que Stamford.
A Mark 5, armadura de
batalha de Tony Stark, explodiu, emitindo ondas e mais ondas de fogo e
destruição. Três prédios ao seu redor caíram numa fúria sem controle. Mas não
parava por aí. Logo a quadra inteira já estava sucumbindo ao caos emitido pela
bomba. Peter se balançava pelas teias o mais rápido possível, mas não foi o
suficiente. Uma onda da explosão acertou em suas costas o jogando longe. Ele
voou quase desmaiando pelos ares. Bateu a cabeça com muita força em um dos
prédios que estava em sua frente, e não soube identificar qual. Ele caiu.
O gosto de sangue se apoderou
de sua boca e a vista escureceu.
Mary Jane corria de
uma explosão no Alasca. Árvores e mais árvores surgiam em sua frente. Dezenas
de armaduras de Tony Stark sobrevoavam a área, matando várias pessoas que
tentavam fugir pela floresta. Mas, a arma mais letal apareceu em sua frente,
fazendo-a frear e chorar de medo. Mark 44 ou Hulk Buster arrancava as árvores
livrando seu caminho. Era o fim de tudo.
Levemente abriu o olho
direito, não sabia o porquê, mas o outro estava com algo o cobrindo.
Identificou uma pequena televisão em sua frente. Olhou para seu corpo e viu que
estava completamente enfaixado. O coração estava acelerado graças ao sonho com
M.J. Peter agradeceu a Deus por ser apenas um sonho. Alguém se mexeu ao seu
lado, era uma criança e ele sabia quem era. A menina o observava com cuidado,
estava com um vestido azul ciano e descalça. A pele era morena, igual ao pai.
Peter sentia falta daquele brutamonte.
- Mamãe – disse Melorie,
a filha de Luke Cage, elevando o tom de voz – Tio Peter acordou.
Um homem alto, usando
apenas uma bermuda apareceu seguido por uma mulher um pouco mais baixa e muito
forte. Ele é Rafael Duarte, o brasileiro que trabalha no posto de gasolina do
outro lado da cidade, e nas horas vagas, julga criminosos com seu olhar da
penitência. O novo Motoqueiro Fantasma. Após a morte de Johnny Blaze, o demônio
Zarathos escolheu esse homem como novo hospedeiro. A mulher já foi esposa de
Luke Cage e agora morava com Rafael. Jessica Jones, outrora conhecida como “A
Paladina”, estava em sua frente vestindo apenas uma camiseta branca e um short
jeans curto. O casal de heróis se aproximou de Peter.
- Como se sente Peter?
– disse o motoqueiro se aproximando ainda mais dele.
- Estou péssimo. –
colocou uma mão na cabeça, estava dolorida. – O que aconteceu? Por quanto tempo
estou assim.
- Está assim há dois
dias. – dessa vez quem respondeu foi Jessica. Havia algo estranho em sua voz.
Ela levou uma mecha de seu cabelo castanho para trás. – Peter, algo muito ruim
aconteceu.
- Acho que estou
pronto para ouvir. – mentiu.
- A armadura do Tony –
Rafael pausou. Sua voz soava com pesar. – A explosão matou mais de mil pessoas,
ferindo gravemente quarenta e quatro. Mas isso não é tudo... – olhou para
Jessica.
- Peter – ela prosseguiu.
– sua tia...
- O que tem ela? – se levantou
num pulo, ignorando os membros feridos que gritavam de dor.
- Ela... Sinto muito,
Peter. Ela faleceu. – Jessica olhou para baixo. – Ao que parece, ela estava
indo te visitar no centro. A explosão... ela não resistiu. Oh, Peter... eu
sinto tanto.
O Espetacular Homem
Aranha agora era um homem destruído. Tudo aquilo que ele mais amava, estava
morto. Caiu de joelhos, levou as palma das mãos até o rosto e gritou com toda a
força que lhe restava. Lágrimas quentes desciam de seu rosto. Ninguém disse
nada. Uma pausa se fez naquela sala. Ninguém ousou dizer nada. Uma chama de ira
se acendeu no corpo Peter. Ele se levantou limpando o rosto. O cenho estava endurecido.
- Reúnam os
Defensores, os X-MEN e todos aqueles que chamam a si mesmos de heróis. – seu olhar
era puro ódio. – Estamos em guerra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário