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sexta-feira, 18 de março de 2016

CRÍTICA: DEMOLIDOR (NETFLIX) – 2º TEMPORADA

 

Estamos vivendo uma nova era para os super-heróis de quadrinhos, que tem saído de suas páginas coloridas e migrado para as telas do cinema. Não apenas a sétima arte tem visto essa constante crescente dos super-heróis, mas também, as televisões. Agora devemos pensar naquele ponto que causa opiniões diversas: Como um filme/série pode agradar ao público que é fã de carteirinha dos heróis coloridos, e agradar aos novatos que estão começando a entender suas histórias agora?
A DC Comics (Warner Bros) tem colocado dezenas de séries para a televisão, visando alegrar esses dois públicos. Arrow, The Flash, Gotham e Legends of Tomorrow são títulos que abordam essa temática dos heróis de quadrinhos reescrita para a televisão. Há quem afirme que essas séries fogem do verdadeiro sentido ou personalidade de seus personagens. Entretanto, há quem defenda que as séries são perfeitas, com seu ritmo mais juvenil, com tramas amorosas e discussões sobre o cotidiano das pessoas consideradas normais.
Em 2014, a Marvel Comics junto com a Netflix planeja seu universo compartilhado no formado de séries para esse serviço de streaming, e, com todos os louros da vitória, em 2015 estreava Demolidor, com 13 episódios ao todo, sendo liberado de uma única vez. Essa estratégia é muito utilizada pela Netflix. Acredito que para os amantes de cinema, assistir um filme que tenha por volta de 13 horas ao todo, seja uma experiência inominável.
A série foi um sucesso tendo críticas positivas por diversos sites, revistas e jornais ao redor do mundo todo. Com sua narrativa densa, personagens e vilões marcantes, uma excelente construção da “Jornada do Herói”, vista por um ângulo menos “fantasioso”, Demolidor veio para quebrar os paradigmas das “séries para jovens”.
Quem assiste aos filmes da Marvel Studio, sabe que suas narrativas são mais engraçadas e divertidas, visando agradar toda a família. Muitas coisas que para nós são horríveis (como por exemplo a invasão dos alienígenas em Nova York, no primeiro longa dos Vingadores), são tratadas com um enredo mais simples e divertido. Essa “falta de seriedade” é criticada por muitas pessoas, entretanto, posso afirmar, as histórias em quadrinhos são assim, caros amigos. Para vosso entendimento mais apurado, recomendo que leiam o clássico Watchmen, de Alan Moore e Dave Gibbons, do selo DC-Vertigo.
Maaaaaaaaaaaaaaas, vamos ao que interessa.
Hoje, Sexta-feira, dia 18 de março de 2016, estréia com garbo e elegância a segunda temporada de Demolidor. Isso mesmo, caros amiguinhos leitores. A SEGUNDA TEMPORADA dessa série esmagadora, que deixa muitos de seus concorrentes para trás estreou nesse dia maravilhoso, de céu azul, pipoca no microondas e refrigerante gelado.
AVISO!!!
ESSA CRÍTICA NÃO POSSUI SPOILERS DA 2ª TEMPORADA DA SÉRIE.
Resuminho básico :-P
Vamos que vamos, queridos amigos. Somos jogados novamente na Cozinha do Inferno (Hell’s Kitchen), onde encontramos Matt Murdock tendo que lidar com vários conflitos ao seu redor. Não apenas o conflito que remete ao seu alter-ego, Demolidor, mas também, em várias áreas de sua vida, como profissional, social, amorosa e com seu passado doloroso. Entretanto, quando chacinas começam a ocorrer em sua cidade, Demolidor se encontrará numa jornada onde não estará em risco apenas vidas inocentes, mas também, suas ideologias como o “Demônio de Hell’s Kitchen” e como o advogado Matt Murdock. Sem contar que, sombras de seu passado retornam para assombrá-lo e desejam o tornar aquilo que mais teme ser.
Crítica
Ao assistir a primeira temporada dessa série, fiquei maravilhado pelos princípios éticos e ideológicos que moviam o personagem principal. Sua constante busca por justiça acima de tudo, foi o que mais me tocou para continuar assistindo toda a temporada. Cada um de nós deve ter feitos escolhas no passado das quais considera que foram erros, e isso nos moldou o que somos hoje. Toda a jornada de Matt Murdock para se tornar o Demolidor, e toda a jornada do Wilson Fisk para se tornar o Rei do Crime, nos exemplificam muito bem o que são escolhas certas e erradas, além de mostrar o que quanto estamos errados sobre esse conceito de “bem ou mal”.
Nessa segunda temporada, tudo aquilo que tinha como certo e algo que todos devemos fazer e colocado em prova. Minhas ideologias e certezas foram quebradas por argumentos extremamente fortes e consistentes vindos do Justiceiro (Punisher). Acredite, esse personagem levou nota 10 em todos os quesitos de minha avaliação pessoal.
UMA DICA: PRESTEM BEM ATENÇÃO AO TERCEIRO EPISÓDIO DA TEMPORADA
A série brinca com seus sentimentos e certezas de uma forma que nem percebemos. No meio da conversa entre o Demolidor e o Justiceiro, fiquei divagando sobre meu senso de justiça, tendo que voltar alguns minutos para acompanhar novamente a conversa dos personagens.
Foggy Nelson e Karen Page também são personagens importantes demais para o desenrolar da trama, sendo indispensáveis. Ao Afirmar que esses personagens não precisavam existir, é o mesmo que afirmar que não precisamos de bom senso e aquela pequena curiosidade que nos leva a produzir grandes feitos. Dou valor também para a personagem Elektra, que tem extrema importância para revirar o “jogo ideológico” de Matt.
           
            Atuações
            Gostaria de parabenizar todos os atores envolvidos, por seus trabalhos incansáveis e sua dedicação para dar vida aos seus personagens. Todos estão excelentes em suas propostas.
            Mas, verdade seja dita, a melhor atuação foi a de Jon Berthal interpretando Frank Castle (Justiceiro). Todo sentimento de dor e seu espírito de vingança me tocou de tal forma, que comprei toda sua causa em poucos instantes. Seus olhares, trejeitos, retórica, tudo isso foi duramente estudado por esse ator, dando vida ao MELHOR JUSTICEIRO JÁ INTERPRETADO. Acreditem, de todos os três atores que já o interpretaram (Dolph Lundgren, Thomas Jane e Ray Stevenson), Jon Berthal é realmente o ator que mais resgatou a essência do personagem.
            Elodie Yung como Elektra não me convenceu tanto. Não entendi muito o propósito da personagem que, muitas vezes, tem aparições gratuitas e sem muita relevância para todo enredo. Entretanto, mesmo com essas críticas negativas, sua importância para a série é irrevogável.
            As lutas estão muito bem feitas e dinamizadas. A forma como a câmera se posiciona em meio a tanta ação, ajudou na compreensão de toda a tensão que era formada.

            Conclusão: Vale ou não a pena???
            Com certeza absoluta, vale a pena SIM! Digo mais, se houver tempo de fazer a maratona de todos os 13 episódios em sequência, FAÇA. A sensação de estar assistindo um filme de quase 13 horas é impagável.
            Seu enredo brilhante, atuações magníficas e cenas de luta sensacionais, Demolidor encerra mais uma temporada com nota altíssima e muito, muito sangue jorrando da tela.

Nota: 4.8

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