O suor descia sobre o cano da arma, o dedo no gatilho escorregava enquanto a mãos estavam tremendo como nunca antes tremeu. O silêncio reinava naquele quarto, era perturbador. A escuridão da noite afogava minha alma em profundas reflexões sobre fazer ou não aquilo.
Abri uma fresta da porta, observei dentro daquele quarto e lá estava minha vítima. Na verdade, eu era a vítima. Dormia despreocupado, seu nome era Alexander Schmidt, hoje um vereador de respeito, mas antes, um assassino e estuprador sem escrúpulos.
Há 20 anos atrás ele entrou em minha casa...
Matou meu marido...
Matou minhas filhas...
Me fez assistir tudo isso e depois me violentou como se fosse uma porca. A polícia chegou devido uma denúncia de algum vizinho. Quando chegaram no local, o maldito já havia feito todo o serviço, mas isso não foi tudo. Ainda colocou o revolver em minha mão e toda minha digital ficou na arma. Fui presa acusada de assassinato, nem ao menos se deram ao trabalho de fazer exames em mim, teriam descoberto o estupro, mas nada. Não existe justiça nesse mundo podre.
Fui condenada em 20 anos...
Na prisão me espancaram...
Fui abusada por outras mulheres...
Aprendi a viver...
Aprendi a lutar...
Aprendi a matar...
Esperei por 20 anos...
E nesse momento estava em sua casa, adentrei em seu quarto chutando a porta e apontando a arma em sua cara. Levantou da cama com medo e gritando como um covarde. Duas mulheres que estavam deitadas me olhavam com terror.
- Saiam - disse com calma, e elas correndo porta a fora.
Estava escuro, ele não conseguia me ver direito, apenas o brilho de minha arma prateada, o mesmo modelo que usara para matar minha família.
- O que você quer? - estava nervoso - Eu posso te pag...
Primeiro disparo... Por Arthur, meu marido...
Segundo disparo... Por Melanie, minha filha de 3 anos...
Terceiro disparo... Por Elizabeth, minha filha de 3 meses...
Quarto disparo... Por mim...
Caiu inerte no chão, morto e enterrado nas trevas daquela noite. Os vizinhos deviam ter escutado o barulho dos tiros. Depois de 20 anos, eu estava feliz e sorria como se um enorme peso saísse de minhas costas.
Quinto disparo... Pela doce vingança.
Caí no chão...
Tudo ficou preto...
Pela doce vingança...
Nenhum comentário:
Postar um comentário