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sábado, 31 de outubro de 2015

Aconteceu no Halloween




Um pequeno conto de Celso Machado

            Não existe época mais animada no ano do que o Halloween. Uns dizer ser o Natal, mas não concordo. No dia 31 de outubro as crianças vão para as ruas fantasiadas de monstros apenas para pedirem doces nas portas de sua vizinhança. Pode se observar Lobisomens, Bruxas, Vampiros, Frankenstein, Zumbis e toda sorte de criaturas monstruosas que outrora tínhamos medo. Me coloco nesse meio pois já fui uma dessas crianças que todo ano se fantasiava para arrumar doces, e não estava sozinho nessa brincadeira, pois meus irmãos, Mika e Pedro, sempre estavam comigo nessas aventuras mirins. Quanta felicidade havia nesses dias. Esperávamos o Halloween o ano inteiro e ainda assim, não era o suficiente para tantas travessuras que aprontávamos.
            Ora, que falta da educação da minha parte, nem me apresentei. Me chamo George, tenho 28 anos e sou escritor de histórias infantis, além de trabalhar no Jornal de minha cidade escrevendo pequenos contos de terror. Que estranho, não é mesmo? Como um escritor de histórias infantis, com mais de 10 livros já publicados, escreve também contos de terror para um Jornal? É, esse sou eu. Acostume-se.
            Hoje é dia 30 de outubro de 1999. Talvez amanhã seja o Halloween mais gelado que já presenciei em toda minha vida. Lá fora está nevando, posso observar da janela do meu escritório, sentado em minha poltrona favorita, com meu pijama favorito e na frente da minha máquina de escrever favorita, estou pensando no que devo escrever para ser publicado amanhã no Jornal.
            A origem do Halloween? Não, muito clichê. Um conto de Terror? Não, faço isso sempre. Que tal um relato da minha vida? Narrando algo que aconteceu comigo quando eu era crianç...
            - Querido, estou saindo – minha esposa entra em meu escritório – Vou com o Billy comprar umas coisas que faltam para amanhã. Você não vem conosco? –  pergunta franzindo a testa e coçando seu pequeno nariz. Acredito que ela já saiba a resposta, mas gosta de fazer um charme.
            - Não meu amor, me desculpe, mas preciso terminar de escrever isso aqui antes das 14:00hrs ou o Sr. Matt vai me matar. Você sabe como ele é com relação as minhas publicações, não é? – dei um sorriso para ela de forma carinhosa, acredito que ela pode sobreviver sem mim por algumas horas. Nossa, isso soou tão machista. Me perdoem por lerem isso, senhoritas.
            - Tudo bem – ela sorriu de volta, estou salvo – Mas faça seu almoço, ok?
            - Farei sim, amor. Pode contar com minhas habilidades culinárias – sou bom em brincadeiras irônicas.
            - Com certeza, poderia participar desses programas televisivos chatos de culinária. É a sua cara. – mas ela é melhor.
            - Obrigado, obrigado – levanto da poltrona, dou pequenos passos até ela na porta. Olho para direita e vejo um brinquedo de Billy no chão e percebo que o pequeno invasor entrou em meu escritório de noite. Mas sempre deixa algo na cena do crime. Me aproximo de Nathalie e, nossa também havia esquecido de mencionar o nome dela, que péssimo marido e escritor eu sou. Sinto seu perfume adocicado que sempre faz minha mente voar. Beijo sua testa e desço meu rosto até encontrar seus olhos azuis. Deus, como ela é perfeita. Aproximo minha boca até a dela para então...
            - Opa – ela afasta sua cabeça me fazendo beijar o vácuo. Ele não tem um gosto muito bom, nem cheiro adocicado – Está na minha hora – vira as costas e sai andando pelo corredor – Volte para sua máquina de escrever, quem sabe ela seja uma companhia melhor que eu – olha para trás e manda um beijo sarcástico. Essa é minha esposa, Nathalie. Bem, talvez não seja tão perfeita assim. E só para constar, ainda estou fazendo um pequeno bico esperando algum beijo que não virá tão cedo.
            Hora de voltar ao trabalho. Caminho até minha mesa, sento na poltrona e puxo a máquina para mais próximo de mim. Vejamos onde eu parei. Ah! Um relato sobre minha infância. Então vamos voltar para quando eu tinha apenas 10 anos e morava em Witch City. Isso mesmo, a cidade das bruxas, nossas festas de Halloween eram sempre bem animadas. Crianças e adultos fantasiados nas ruas, buscando assustar outras pessoas desavisadas. O que não acontecia muito para falar a verdade.
            Sempre enxergamos o “sobrenatural” como uma fantasia muito longe da realidade. Por ser algo bem tradicional em Witch City, nossas mães e pais sempre contavam muitas histórias de terror para nós. Eu e meus dois irmãos adorávamos uma boa história de terror. Nos fascinava ouvir da boca de papai e mamãe a história do vampiro Drácula. A terrível história do monstro do pântano. Nossas emoções eram inomináveis.
            Entretanto, nunca ouve nada mais memorável do que no Halloween de 1981. Eu, Mika e Pedro, estávamos andando nas ruas enfeitadas de Witch City procurando por gostosuras e fazendo travessuras. Não. Vou corrigir. Drácula, Vampira e Frankenstein, pois era assim que nós estávamos vestidos, andávamos procurando por gostosuras e fazendo travessuras. Era muito engraçado como 3 crianças, de 10, 9 e 4 anos não tínhamos medo de nada.
            Em Witch City, havia uma mansão na colina da velha estrada, que outrora fora moradia para uma princesa de outro país que gostava de passar o Halloween na cidade. Um dia, essa princesa não retornou mais e todos os serviçais que lá estavam, foram mandados embora ou algo assim. Por muitos anos aquela casa ficou abandonada. O que antes era um grande jardim, cheio de flores e gramas bem aparadas, se tornou uma enorme piscina de mato de talvez dois metros de profundidade. Para uma criança pequena, é claro. Todos os moradores da cidade, por mais corajosos que fossem, nunca colocaram os pés naquele local, e nós três não sabíamos o motivo de tamanho receio.

            Mas naquele dia, descobrimos.

            Eu e meus irmão subíamos a colina para descobrirmos o que havia naquela mansão que todos tinham “medo”. Nós, os três corajosos” íamos em fila indiana e não me pergunte o porquê, eu não ia me lembrar. Mentira. Estávamos com medo daquela mansão. O fato de ninguém nunca ter ido lá nos intrigava. Como a “cidade das bruxas” tinha medo de uma mansão abandonada. Conforme íamos subindo, a estrada foi se demonstrando mais velha e a floresta que ao redor estava, mais densa e esquisita. O medo faz isso com crianças que se achavam corajosas. Pedro, Frankenstein, de apenas 4 anos era o mais corajoso, além de ser o primeiro da fila. Logo atrás estava eu, Drácula, o grande vampiro. Se o verdadeiro me visse teria vergonha de mim. Por último estava Mika, vampira, que tremia de medo e segurava meu ombro entre suas pequenas falanges. A colina estava chegando ao fim e podemos observar o enorme portão que a frente. Era gigante, estava enferrujado e ao redor de toda mansão estava um muro de pedra um pouco menor que o portão. Mas isso não significava que era pequeno. Chegamos perto e vimos que não estava fechado, as correntes estavam quebradas, jogadas no chão como se tivessem sido quebradas.
            - A-Acho melhor nós voltarmos – disse Mika gaguejando. Ela não era mais a vampira.
            - Tem razão – e eu nunca tinha sido o Drácula – Vamos embora!
            - Moça bonita! – gritou Pedro, que era o verdadeiro Frankenstein, pois ao dizer isso, abriu o portão e saiu correndo para dentro da mata, que era o jardim.
            - Não! – congelamos antes de entrar, mas não teve outra escolha, afinal não podíamos deixar Pedro ali.
            Adentramos no portão e corremos atrás dele pela mata. Não conseguíamos ver nada a nossa frente, e eu não sabia como Pedro havia conseguido enxergar uma... MOÇA BONITA?!
            - PEDRO! – Mika gritava desesperadamente logo atrás de mim, aquela vegetação não nos deixava enxergar muito. Foi então que tropecei, levando Mika que estava agarrado em mim junto comigo. Dando passos largos e sem equilíbrio algum, caí milagrosamente do lado de fora da mata particular, que a mansão agora tinha. A visão que tive, foi de fazer qualquer gelar de medo.
            Lá estava Pedro, ao lado de uma mulher com um longo vestido branco e muito bem bordado. Parecia ter entre 15 e 18 anos. Seus cabelos eram ruivos como um suco de morango bem escuro. A íris de seus olhos era negra como a noite, e sua pele branca como a neve. Entretanto, por mais que parecesse uma assombração, em meio a uma casa abandonada, ela sorria de forma simpática, como nunca havia visto antes. A mansão não estava destruída, velha ou algo assim, parecia nova e bem habitada. Suas luzes estavam acessas e pequenas abóboras sorridentes ocupavam várias partes de sua grande varanda. Atrás dela um homem mais velho, com bigodes grossos e olhos pequenos. Seus cabelos eram brancos e sua roupa altamente social.
            - Ora, ora, o que temos por aqui? – a moça bonita começou a falar – Três lindas crianças. Estão perdidas?
            - N-Não mo-oça, n-n-nós, j-já – Mika não conseguia falar. Assim como eu estava muito surpresa. Tomei coragem
            - Me perdoe moça – as palavras soaram. O medo estava passando – Achávamos que esta casa estava abandonada, então meu irmão correu e não podíamos voltar sem ele – não era mentira.
            - Essa é sua irmã? – desceu os degraus em passos curiosos. Seu vestido era muito longo, então não conseguia ver seus pés – Por que ela está com medo de mim? Fiz algo de errado?
            - Não, senhorita. Como eu disse, nós achávamos que a casa estava abandonada. Pensamos que a senhorita era...
            - Uma assombração – a menina riu graciosamente e por um instante, também sorri – Agora que estão aqui, são meus convidados para ouvir boas histórias. Halloween é sempre muito lindo aqui em Witch City, por isso sempre estou aqui. Então vamos para dentro, está fazendo frio aqui.
            A menina de cabelos ruivos veio até Mika e eu e nos pegou pelos braços, não a força, mas de uma maneira carinhosa. Senti seu perfume que pairava sobre o ar e senti algo quente em meu peito. Meu coração batia mais forte.
            Adentramos na casa, como toda casa normal, lá estava tudo no lugar. Realmente não estava abandonada. Dois sofás compridos, uma televisão antiga, almofadas no chão e algo que me chamou muita atenção. Em todos os lugares daquela sala, haviam lanternas feitas abóboras sorridentes. Não oito, ou nove, mas várias, não conseguia contar. Ela nos trouxe até o meio da sala fazendo com que sentássemos tranquilamente no tapete que estava no chão.
            - Edgar – disse a jovem falando com o homem velho bem vestido – Poderia pegar doces para essas crianças? Quando elas forem embora faço questão que levem vários – o homem fez uma reverência e saiu pelo corredor lateral.
            -Então crianças – a moça sorriu com afeto – Qual o nome de vocês?
            - George
            - M-Mika
            - PETRO! – Pedro ainda não conseguia falar seu nome.
            - É um grande prazer conhece-los, eu me chamo Jack – ainda sorria. Nunca havia visto uma mulher tão linda.
            - Moça, nós precisamos ir embora – Mika disse – Precisamos passar em outras casas e pedir mais doces.
            - Oh claro – algo em Jack havia mudado, como se fosse pega de surpresa – Achei que poderíamos compartilhar histórias de terror, mas seus pais podem ficar preocupados de demorarem muito não é. Então me contem só uma história e deixo vocês irem com os doces. O que acham? – ela parecia extremamente interessada.
            - Não sabemos nenhuma história de forma que consigamos contar, senhorita – não era mentira, afinal ainda éramos crianças.
            - Então posso contar uma para vocês? – a empolgação dela era notável, olhei para Mika e assentimos com a cabeça. – Perfeito. Vocês sabem o porquê do grande símbolo do Halloween ser a lanterna de abóbora sorridente? – não sabíamos – Ela foi criada para ajudar alguém.
            - Moça bonita, ajudar quem? – interrompeu Pedro.
            - Alguém que precisava muito, Pedro. Alguém que infelizmente já faleceu.
            Permanecíamos em silêncio.
            - Certa vez, foi prometido para uma pessoa que ela teria uma felicidade muito grande se fosse morar em um lugar muito especial. Mas essa pessoa era muito fraca e acabou morrendo na viagem. Então sua alma tentou ir para o céu, mas não achou o caminho, nem a entrada. Essa pobre alma ficou muito triste, pois em seu interior sabia que então iria para inferno, já que não achara o caminho para o céu. Então, essa pobre alma resolveu procurar a entrada para o inferno, sabe o que aconteceu? – nós já estávamos entretidos na história – Mesmo procurando muito o caminho ou a entrada para o inferno, ela nunca conseguiu encontrar. A alma ficou muito triste. Chorou por muitos anos. Um dia, um senhor já de idade avançada encontrou essa alma sem querer. Ele conseguiu enxergar mesmo ela já estando morta há muitos anos. A alma lhe contou toda história e motivo de sua tristeza. Movido de grande compaixão o homem jurou ajudar a alma a encontrar seu caminho, fosse o céu, fosse o inferno. Ele criou uma lanterna em forma de uma abóbora sorridente, para que a alma soubesse que pelo menos alguém estaria sempre sorrindo com ela. O tempo passou, e o homem faleceu. Entretanto mesmo após sua morte, a alma do homem continuou a ajudar a alma solitária. Nos dias de Halloween, essas abóboras ajudam essas duas almas a encontrar seus caminhos. Por isso, o Halloween existe.
            - Mas então para que serve tantas fantasias de monstros? – perguntou Mika, agora sem medo.
            - Decidiram inventar essa história de fantasias para encobrir o real motivo – ela agora parecia triste – As pessoas sempre tendem a inventar coisas para encobrir o amor por trás de traços tão lindos – o homem idoso adentrou na sala com três pequenos baldes cheios de doces.
            - Bom, é hora de vocês irem, seus pais podem se preocupar com vocês - Ela nos levou até o portão de entrada junto com Pedro em seu colo, que já coçava os olhinhos demonstrando sono.
            - Moça – Mika correu em sua direção e deu um abraço bem forte em sua cintura – Me desculpe, eu tive muito, muito medo da senhorita.
            - Não deve ter medo mocinha, assim como a alma teve alguém que a ajudasse, você tem seus irmãos que sempre estarão com você – deu um beijo carinhoso em sua testa e sorriu. Seus dentes eram brancos, unidos e perfeitos. Não havia notado isso antes.
            - Obrigado pelos doces moça, vamos comer todos pensando em você – eu disse já virando as costas e segurando as mãos de Pedro.
            - Nunca esqueçam de mim – foi a última coisa que ouvi.



            Naquela mesma noite, chegamos em casa com muito sono e muitos doces. Demos boa noite a papai e mamãe que estavam na sala e fomos dormir. No dia seguinte, lembro que mamãe nos perguntou onde havíamos conseguido tantos doces, e dissemos que foi na casa da colina. Mamãe ficou muito brava conosco por termos ido sozinhos até lá.
            - Como podem ter conseguido tantos doces se ninguém mora naquela casa há muitos anos? – estava achando que nós estávamos mentindo. Pedro sugeriu que voltássemos para falar com a “moça bonita” para mostrar a mamãe que não estávamos mentindo.
            Quando chegamos lá entramos pelos portões, a casa estava realmente abandonada, como se ninguém colocasse os pés ali há anos. Abrimos a porta e não havia nada dentro da casa, a não teias de aranhas e coisas quebradas. Aquilo nos deixou sem reação, mas entendemos toda aquela história.

            Nunca se esqueçam de mim...

            É, ela tinha razão, depois de tanto tempo ainda me lembro de cada detalhe. Nunca me esqueci daquele lindo sorriso amoroso. Por que estou escrevendo tudo isso para o Jornal? Talvez seja para nos fazer refletir. As pessoas costumam julgar coisas sem terem conhecimento do que verdadeiramente aquilo significa. Seja Jack, Edgar ou o próprio Halloween, devemos buscar saber o que cada coisa é de fato, sem julgar e nem condenar. Mais amor, menos julgamento.

            Enfim, acho que tenho apenas isso para escrever. Olho pela janela e vejo que parou de nevar. Se passaram quantos minutos? 10? Sabe de uma coisa? Vou pegar o carro e ir atrás de Nathalie. Deixo esse texto para terminar depois, meu chefe pode me matar, mas agora vamos aproveitar e comprar os preparativos para o Halloween. Colocarei bastantes Lanternas aqui na varanda. Jack com certeza vai precisar de um.  

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Respeitar ou Amar?

Enquanto a fúria se acendia em Minh ‘alma,
olhei para os céus e vi.
Abaixo estava eu,
buscando respeito, sem respeitar.


A raiva vem, a raiva passa
mas o respeito deve ficar.
Deus criou todos nós assim,
dando amor, sem nada a cobrar.


Perfeição, não há.
Evite se enganar.
A vida corre e assim ficamos,
buscando o amor, que as vezes deixamos.


Olhe para os céus e veja Deus,
que nos ensina a amar e respeitar.
Fomos feitos todos diferentes,

mas vivamos todos, com respeito.

domingo, 27 de setembro de 2015

Algumas Verdades sobre os Humanos


E a nave alienígena
pairava sobre a Terra.
Não se sabia de onde vinha,
mas se sabia de seus objetivos.
Destruição.

Os alienígenas que dentro estavam,
buscavam motivos para não
dizimar toda aquela raça.
Um deles afirmou que verdades seriam ditas.

"Frágeis e inconsequentes"
Esta foi a primeira verdade.
"A única espécie que mata 
a mesma espécie"
E esta foi a segunda verdade.

Haveria esperança para os humanos?
Então outro alienígena disse:
"Mas eles possuem algo,
com uma força colossal,
que nenhuma outra raça possui"

"O amor"

Todos se olharam,
sem palavras.
A nave partiu,
sumindo na imensidão espacial.
Ainda existe esperança.

Autor: Celso Machado

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

A Leitura


Ao abrir meu livro,  
encontrei uma nave que alçava voo 
em sua grandiosidade prepotente,  
para o mais longínquo universo. 
Talvez, ainda não descoberto. 

 Ao abrir meu livro, 
Observei bela dama correndo 
ao badalar dos sinos da meia noite,  
quebrando um feitiço de beleza.  
Esquecendo um belo sapatinho,  
que fora deixado para trás. 

Ao abrir meu livro, 
Avistei pequenos anões 
ajudando uns aos outros,  
cantarolando em minas escondidas, 
dentro de florestas assombradas. 

Ao abrir meu livro, 
Encontrei um rapaz  
que atravessava o mundo, 
para jogar um pequeno anel, 
em uma montanha qualquer. 
  
Ao fechar meu livro, 
toda a magia se fora. 
O mundo se escurecera, 
sem alegrias ou emoções. 
Então não tive outra escolha,  
além de abrir meu livro 
para viver novas aventuras. 

Autor: Celso Machado

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Star Wars (Fanfic) - Batalha em Dagobah - Parte 1


A nave estava a deriva na imensidão negra e gélida, que é o espaço. Até o momento, não se sabia onde era ou até mesmo quanto tempo a nave estava parada ali. Mas aquela não era uma nave qualquer, e sim uma Tie Fighter. Nave-caça, a serviço do império. E isso não é tudo, pois havia um piloto dentro dela, que por toda galáxia, era famoso e temido.  
Darth Vader, Lorde Sith e braço direito do grande Imperador Galáctico, Palpatine. Para os rebeldes, não passava de um cachorro louco e raivoso cujo seu único passatempo, era caçar e exterminar os Jedi por onde passava. Dentro da nave, apenas se ouvia sua respiração profunda, um ruído gélido que vinha de seu grande capacete negro. Ele estava desacordado. Sua nave estava danificada. O Lorde Sith sonhava profundamente, e havia uma mulher a qual o chamava. Seus cabelos longos e encaracolados. Suas vestes eram graciosas e imponentes, típico de uma Senadora. 
Anakin - chamou a bela mulher - Venha comigo - Vader estendeu o braço procurando segurar sua pequena mão. Anakin Skywalker, esse era seu verdadeiro nome, aquele que sempre o assombrava. De repente, uma nuvem negra tomou forma e cobriu o corpo da mulher, que triste chorou sem esperanças de rever o "Ani" que tanto amava. 
Padmé! - gritou Darth Vader - Não - agora havia despertado de seu sonho. O coração disparado, a cabeça latejando, o abdômen dolorido. Olhou para frente e somente via a escuridão espacial e suas gotículas brancas, que eram as estrelas. Levou as mãos até o capacete e buscou na meria o que estava fazendo parado no meio do espaço. 
Durante a batalha em Yavin-4, perseguiu um piloto rebelde que de alguma forma, conseguiu destruir a maior nave bélica Imperial já construída. A Estrela da Morte. Então acabou sendo lançado no espaço, para bem longe do ocorrido. O Lorde Sith tocou no monitor de sua nave que estava desligado. Luzes se acenderam, algumas de cor vermelho piscavam indicando qual parte da nave, havia sido danificada. Identificou também, que aquela nave só poderia funcionar por um curto período, e logo cessaria seus controles até seu conserto. Levou sua mão direita até o monitor lateral e identificou qual o planeta mais próximo e quanto tempo levaria até chegar. 
Segundos depois, um pequeno planeta verde apareceu na tela da nave. Seu nome era Dagobah e ficava na Orla Exterior. Em velocidade moderada de acordo com as condições da nave, chegaria em segurança à este planeta. Então ligou os motores principais, os de apoio e um reserva da Tie, que emitiu alguns ruídos, mas saiu em frente de forma obediente. 


Dagobah não era um planeta tão pequeno quanto Darth Vader pensara, era razoavelmente grande em sua forma averdeada. A nave teria de descer naquele instante, já não poderia mais seguir sem seus devidos consertos. Adentrou na atmosfera com o auxilio da força para segurar a nave. Pode observar que o planeta era um grande pântano com algumas formas de vida grotescas. Mas uma pequena sensação o chamou atenção. Tocando no monitor, pode fazer uma pequena análise biológica do planeta.   
- Não há sinal algum de cidades ou tecnologias, apenas algumas miseráveis e ínfimas formas de vida - afirmou o Sith - Entretanto, sinto a força como nunca senti antes em nenhum outro planeta que houveram as caças aos Jedi - sua atenção ainda estava voltada aos monitores. Quanto mais se aproximava de terra firme, maior aquela sensação o perturbava. 
Tie Fighter pousou afastando algumas árvores com aparências horríveis. O planeta estava coberto daquelas árvores. A terra, era irregular e escorregadia, semelhante a diversos musgos. Desligou os motores e viu uma tímida fumaça que subia da nave. Abriu o compartimento e lentamente, perna após perna, pisou na terra de Dagobah. 
Uma névoa pantanosa e fria cobria grande parte do chão, sendo apenas possível ver o solo em algumas partes mais a frente. Vader olhou para os lados e via apenas as árvores negras e formas de vidas voadoras que faziam pequenos barulhos. Sentiu que algumas o olhavam com curiosidade dentro dos galhos ou até mesmo voando sobre ele. Isso não o incomodou. A sensação que sentia se intensificava a cada passo que dava. Como se algo estivesse ali a muito tempo contaminando o solo e o planeta com... a força? 
Seus pensamentos foram interrompidos com o som de algo que pisara. Uma superfície um pouco molhada. Ergueu um braço e dissipou a névoa com um impulso da força. Uma espécie de rio estava a frente. Suas águas eram tão negras quanto o capacete do Sith negro. Olhou ainda mais perto, algo se movia dentro d'água. Algo grande. Em um rápido movimento, um tentáculo grosso saiu das águas negras e se enroscou na bota do Sith. Uma criatura aquática nativa do planeta. O tentáculo apertou ainda mais e Vader sentiu uma enorme força tentando puxa-lo para dentro do Rio. Mas tamanha força foi em vão. 
Nenhum músculo ou parte mecânica do seu corpo foi movido. Darth Vader estendeu seu braço para frente apontando para a criatura. Sua mão parecia ter segurado alguma coisa. 
-Não ouse encostar em mim, Verme - vociferou ele, ereto 
 e orgulhoso. No mesmo instante sua mão fechou criando uma pequena onda no Rio que outrora estava quieto. O tentáculo caiu sem vida no chão e entrar vagarosamente de volta ao lugar ao qual pertencia. O Rio ficara com uma cor verde que Vader deduziu ser o sangue do animal. 
Voltou até a Tie Fighter que agora emanava uma fumaça ainda maior, viu então que demoraria mais um tempo até a nave ser totalmente consertada. Além de não obter todos os instrumentos para a pequena operação. Entrou na nave e com suas próprias mãos começou a consertar o comunicador. Não demorou muito, acionou o dispositivo semi consertado e pode ver uma silhueta ainda um pouco rústica. Identificou como um clone. 
- Aqui fala Darth Vader - começou - Ordeno resgate o mais rápido. Minhas coordenadas: Planeta Dagobah, na orla exterior no Setor Sluis. Entendido? 
- Entendido, Senhor - confirmou o clone - Star Destroyer Frota 47 à caminho - então desapareceu. 
No mesmo instante, sentiu a sensação ficar terrivelmente forte e teve certeza que era realmente a força. E não era desconhecida, apenas havia se esquecido do que era. Trouxe a Vader inúmeras lembranças, que saiu da nave rapidamente, encarando a pequena figura encapuzada. Não conseguiu ver seu rosto, embora não precisasse. 
A fúria dominou Darth Vader  
- Maldito - rugiu vorazmente - Ainda está vivo? Você, de todos os seres repulsivos de todas as regiões sombrias dessa maldita galáxia, merecia estar morto. Agora o vejo vivo e saudável? - Puxou o sabre de luz que estava em sua cintura, mas não o ativou de imediato. 
- Um jovem padawan, certa vez conheci - começou a falar o indivíduo encapuzado - Uma profecia, errada foi interpretada. O lado negro, essa criança conheceu. E na minha frente, esta criança está - sua voz era triste e amarga 
- Deixe de ladainhas, a morte é tudo o que você terá agora - acionando seu sabre escarlate e com a respiração ainda mais pesada, Darth Vader correu na direção do sabre Esmeralda que agora era acionado.